A Garganta da Serpente
Veneno Crônico crônicas
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O abismo digital emocional

(Tania Montandon)

Não dá pra separar> real, virtual, social, política, economia, educação, cultura, são sempre inter-dependentes e influentes, mesmo que se procure separar para um estudo específico. Conclúi que nem vale a pena separar ou se perde aliendando-se do todo.

O abismo digital emocional: tão delicado e complexo assunto. No extremo da simplificação, penso como aprendi com minha vó: tudo em excesso faz mal! Sem exceção, até amor em excesso não faz?!

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bzzz
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Para Pierre Lévy (Lévy, 1996), desde meados da década de 90, um movimento chamado virtualização afeta as diversas instâncias do ser humano e da sociedade: as transformações do corpo humano, o funcionamento da inteligência, uma nova cultura do texto, os aspectos econômicos, a concepção de linguagem, entre outros

"As informações não criam idéias; as idéias criam informações. Idéias são padrões integrativos que não derivam da informação, mas da experiência"
(ROSZAK, 1994).

No caso do extremo de excesso do uso do virtual a ponto de abandonar muitas atividades q fazia no real presencial, estaríamos falando de um vício? A palavra deriva do latim vitium=falha ou defeito. Se o adolescente muda seu cotidiano a ponto de causar mal a si e ou aos q convive seria um viciado à net.

De acordo com o Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Hospital das Clínicas de São Paulo, há oito características que definem os Heavy users (usuários pesados):

• Pessoas com inteligência acima da média e com velocidade de raciocínio muito alta.
• Preferem passar o dia todo conectados a realizar outras atividades.
• Apresentam sintomas de depressão, ansiedade e outros distúrbios.
• Preferem interagir virtualmente do que realmente.
• Usam a internet com refúgio, pois apenas neste espaço conseguem expressar o que são ou pensam.
• Possuem poucos amigos reais.
• Desenvolve um comportamento único na rede.

Claro q o ideal q se busca é: use a net sem q ela o use, assim como qualquer outra fonte de recursos. A crescente detecção desses excessos e demais transtornos em jovens com menos dos 18 anos, mostra que nossos adolescentes estão mais sujeitos a isso, porque a formação da personalidade de grupo se dá justamente nesta fase. Como os nossos jovens estão trocando as conversas pessoais por chats, redes de relacionamento, jogos online e a própria internet, há um vão no desenvolvimento deste fator relacional, o que reflete em adolescentes mais tímidos, com poucos amigos reais, mais consumistas e elevação do número de problemas psicológicos. Com tantas facilidades proporcionadas pelas novas tecnologias, é indiscutível o fato de nos sentirmos atraídas por elas. Foi assim com a eletricidade, com o automóvel, a geladeira, o fax, a máquina de escrever e, claro, não seria diferente com a internet. Mas, até que ponto estas facilidades são positivas? Até que ponto facilitar tanto nossa vida deixa de ser algo positivo e se volta contra nós?

O virtual é o que existe em potência, como por exemplo: a árvore está presente na semente de forma virtual. "O virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objeto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de reso-
lução: a atualização
" (Lévy, 1996)

O virtual não substitui o real, o consenso entre os pesquisadores é de que o complemente. Surgindo maior liberdade de atrações, escolhas com a tecnologia, surge maior responsabilidade e maior angústia pelo amplo leque de escolhas e aí os mais jovens muitas vezes não estão ainda preparados pra tanto aumento de responsabilidade em tão pouco tempo, ora agem como crianças ora como responsáveis e não é difícil caírem nas tentações de tantos atrativos e facilidades oferecidos pela rede. Por isso, acho q aí a educação entra com enorme influência e responsabilidade pra evitar o excesso sem restringir demais, servindo como um apoio de referência pra ancorar qdo o jovem não se sente segura pra assumir toda a responsabilidade.

PERRENOUD (2000) afirma:
[...] A verdadeira incógnita é saber se os professores irão apossar-se das novas tecnologias como um auxílio ao ensino, para dar aulas cada vez mais bem ilustradas por apresentações multimídia, ou para mudar de paradigma e concentrar-se na criação, na gestão e na regulação de situações de aprendizagem.

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