Era uma vez uma fazenda muito grande era impossível medir a sua extensão 
  de terra, e existiam gados que pareciam uma manta branca pelas terras do fazendeiro 
  Chico Tenório, um homem muito rico, ele tinha um grande bigode, usava 
  um lenço de seda no pescoço e seu chapéu velho o "Panamá", 
  era casado com uma mulher de alta classe que vivia na capital Baiana, o pessoal 
  na fazenda dizia que ela mexia com pano caro, mas na verdade ela era estilista 
  de renome.
  Era uma mulher muito linda, morena alta de cabelos compridos até a cintura 
  de cor petróleo, olhos castanhos comum, a coisa que ela mais detestava 
  e odiava de coração na vida era aquela fazenda; por ela a fazenda 
  já estava vendida para sempre.
  Deste matrimônio meio indefinido e conturbado nasceu o Chiquinho Tenório, 
  um menino muito especial de idade de sete anos, mas o seu olhar era sempre de 
  tristeza, pois vivia muito sozinho, de vez em quando sua mãe o levava 
  para a capital para brincar com seus amigos de sua mãe, mas aquelas crianças 
  só falavam em figurinhas de colar e jogo do bafo e era coisa que Chiquinho 
  não entendia ainda, pois menino nascido na fazenda é complicado, 
  não sabe de nada.
  E Chiquinho retornou para o interior, o seu pai se mostrava ser um ótimo 
  ator para as pessoas , mas para o seu filho era a pior pessoa do mundo, pois 
  todos os dias Chiquinho Tenório apanhava... apanhava... por qualquer 
  coisa e ele já foi até vítima de abuso sexual por três 
  vezes e na quarta conseguiu fugir pelo mato, mas graças aos empregados 
  do seu pai ele foi salvo.
Dia vinte e quatro de maio à noite:
Chiquinho está no quarto com os seus livros de colorir que ganhou da 
  mãe, o seu pai chega bêbado e a primeira coisa que ele grita é 
  no Chiquinho, Chiquinho cadê você?
  Nisto o menino prometeu que nunca mais o seu pai encostaria a mão nele, 
  ele pega uma faca de cozinha e sai correndo no meio do mato, e entre os capim 
  ele senta, e começa a chorar e muito .
  No momento que Chiquinho pensava sobre a sua vida de transtornos e angústia 
  apareceu uma menina, ela era a coisa mais linda do mundo, parecia uma japonesinha.
  Menina: __ Ei! Porque estás chorando alguém te fez mal?
  Chiquinho: __ Sim! O meu pai!
  A menina era a coisa mais meiga que já se viu, era muito compreensiva. 
  E Chiquinho inocentemente pega na sua mão, que de imediato tudo aquilo 
  que ele sentia desaparece.
  Na fazenda o beberrão do Chico Tenório, enchia mais a cara, ele 
  queria sair para ver se achava o Chiquinho, pegou a chave do carro, mas não 
  conseguiu ligar, então viu uma bicicleta velha que era de algum empregado 
  que deixou na fazenda e montou e quase cambaleando pedalou até chegar 
  numa ribanceira, estava muito escuro e quando pedalava a bicicleta sentiu algo 
  na traseira da mesma, era pesado, e descendo naquela loucura de velocidade a 
  bicicleta veio a cair e como Chico Tenório era cabra valente e bom de 
  briga queria saber quem estava lá.
  Chico Tenório: __ Cabra da peste, tu pareça aperriado , que o 
  coro vai comer!
  A voz: __ Tenório não está na condição de 
  juiz e sim de réu!
  Nisto ele escutou um zumbido pelo ar, era o barulho de um chicote nas costas 
  de Chico Tenório.
  A voz: __ Isto é pra tu aprender a não bater no Chiquinho cabra 
  da peste e nem molestar seu chibungo.
  Chico Tenório não conseguia ver a pessoa pois parecia estar invisível, 
  ele dava soco no ar e nada. E pelo jeito Chico Tenório apanhou a noite 
  inteira, pois levou um punhado de chicotadas nas costas.
  Enquanto isso a menina que se identificou que seu nome era "Clara" 
  e eles passeavam entre as árvores da fazenda.
  Clara: __ Quero que conheça o meu irmão Thomaz !
  Thomaz: __ Olá Chiquinho! Como é bonito aqui as árvores 
  o ar limpo, os animais brincando. Quero que você conheça os nossos 
  pais, esta é a minha mãe a Ana céu.
  Chiquinho: __ Nossa como a sua mãe é alta!
  Ana céu: __ Chiquinho alguém disse que você é uma 
  gracinha !
  E Chiquinho fica todo vermelho.
  Clara: __ Olha o meu pai está chegando !
  Pai: __ Oi Chiquinho como você está? 
  Chiquinho: __ Nunca me senti tão bem na minha vida, qual é o seu 
  nome?
  __ Meu nome é Abba, eu estive conversando com seu pai, eu acredito que 
  a partir de hoje ele será uma outra pessoa... Bom chegou a nossa hora 
  de ir embora.
  Neste exato momento no céu começa acender filetes de luzes um 
  por um que são no total de sete filetes e Chiquinho vê aquela maravilha 
  em seus olhos, o contorno um fogo a revolver-se nela dando formas de um prato 
  gigante. E Chiquinho se atreve a fazer uma pergunta: 
  __ Será que eu posso ir junto com vocês?
  A menina clara estende a sua mão, isto era um sinal que Chiquinho estava 
  embarcando naquela aventura e mundo cheio de descobertas. O mais engraçado 
  era que Chiquinho não conseguia ver que na verdade eram seres do espaço 
  e de aparência assustadora, de corpos finos e altos de olhos grandes siameses, 
  mas Chiquinho não enxergava com os olhos externos, sim com o seu grande 
  coração.
  Até hoje a sua mãe o procura e não acredita nas histórias 
  dos empregados da fazenda sobre a roda de círculo queimado que estava 
  no chão. Até hoje Dona Sinhá a cozinheira da fazenda fala 
  que os anjos o levaram para uma vida melhor perto de Deus.
  Chiquinho está na enorme lista dos desaparecidos e ele desapareceu em 
  24 de maio de 1978.