eu, poeta
cantador de feira, folheteiro, cordelista, quisera ser
não sou
escrevo, pois, estes versos e versos
para versejar e vivejar
nascido e vivido
para nascer, Barra do Riacho Seco; para ser de onde, de
Novo Oriente, de Crateús, do sertão, do Ceará
para viver, Brasília, folhas secas, cerrado/sertão/riacho
seco/ceará
fiz, não fiz, quero fazer
poesia de menino, quando menino; curso de letras, depois;
lingüísticos estudos, muito sempre, mas só depois o grau;
poemas de amor, poemas para a cidade, poemas para
esquecer, poemas para lembrar; e discursos, para os outros,
para viver
o que quero, virá
e, quando vier, serei que é o que quero; ou, então, não
quero, deixo virar
João Bosco Bezerra Bonfim
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